Orçamentos de TI devem ser 2,3% maiores em 2019, dizem CIOs

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Otimismo registra por pesquisa anual do Gartner é um indicador positivo de que as empresas do Brasil começam a tentar superar o subinvestimento dos anos anteriores

Globalmente, os CIOs esperam que seus orçamentos cresçam 2,9% em 2019.  No Brasil, os líderes de TI esperam ter um aumento de seus budgets de 2,3%.  Os dados são do estudo "2019 Gartner CIO Agenda", que reúne dados de mais de 3 mil CIOs de 89 países, das principais indústrias, representando aproximadamente 15 trilhões de dólares em receita/orçamentos do setor público, além de 284 bilhões de dólares em investimentos em TI. Os CIOs brasileiros representam aproximadamente 5% do total de entrevistados, respondendo por mais de 500 bilhões de dólares em receita/orçamentos do setor público e 9 bilhões de dólares em investimentos para a área de TI.

Após alguns anos com orçamentos de TI diminuindo ou aumentando pouco, há uma clara mensagem agora de que as empresas do Brasil precisam se recuperar do subinvestimento dos anos anteriores.  De acordo com o Gartner, esse comportamento tem relação direta com os esforços de transformação digital dos negócios.

Os resultados do estudo mostram que os negócios digitais atingiram um ponto crítico neste ano. Segundo o levantamento, 46% dos CIOs brasileiros reportaram que suas empresas já mudaram seus modelos de negócios ou estão em processo de mudança.

“O que vemos aqui é um marco na transição para a terceira Era da TI: a Era Digital”, diz Alvaro Mello, Diretor Vice-Presidente do Gartner. Inicialmente, os CIOs estavam dando um salto do conceito de ‘TI como uma técnica’ para a ideia ‘TI como uma preocupação industrial. Hoje, 20 anos depois da primeira edição da pesquisa CIO Agenda, as iniciativas digitais são as principais prioridades para CIOs em 2019. O digital se tornou mainstream,  segundo o analista.

“Os CIOs brasileiros deveriam usar seus recursos financeiros com sabedoria para tornar 2019 um ano transformador para os seus negócios. Deveriam se manter ativos nas discussões sobre transformação e investir tempo, dinheiro e recursos humanos para remover qualquer barreira à mudança. A cultura ainda é mencionada como um dos maiores obstáculos no Brasil. Portanto, os CIOs deveriam dedicar tanto tempo quanto os Diretores de Recursos Humanos (CHROs) para moldar uma nova cultura necessária para ter sucesso nos negócios digitais”, alerta Mello.

E para onde esses recursos vão, prioritariamente?

O Gartner perguntou aos CIOs e líderes de TI quais tecnologias eles esperam que sejam as mais disruptivas. No Brasil, Data Analytics e Inteligência Artificial(IA) foram as mais mencionadas.

Com relação à implementação, quando questionados sobre o uso de Inteligência Artificial em suas organizações, 34% dos CIOs brasileiros responderam que já implementaram a tecnologia por meio de chatbots, otimização de processos ou aplicativos de detecção de fraude.

“À primeira vista, isso parece revolucionário. No entanto, esse aumento na taxa de adoção de Inteligência Artificial pode indicar exuberância irracional”, afirma o analista. “Embora CIOs não possam se dar ao luxo de ignorar essa classe de tecnologias, eles deveriam exercer um senso de proporção. Esse último lote de ferramentas IA ainda irá passar por sua fase de desencantamento”.

O expressivo foco em cibersegurança mostra a necessidade de criar uma base segura para os negócios digitais que proteja as organizações e seus clientes. A pesquisa indica que, na maioria das empresas, os CIOs ainda são responsáveis pela segurança cibernética. No entanto, a organização de TI não pode mais oferecer essa segurança sozinha.

O aumento de ataques como phishing requer uma mudança comportamental mais ampla de todos os funcionários. Em 24% das organizações globais com performance digital de ponta, é o Conselho de Administração que é responsável pela cibersegurança, e não apenas o CIO sozinho.  O Brasil ainda está engatinhando neste aspecto com apenas 8% dos CIOs indicando que o board  acompanha de perto a cibersegurança de suas empresas. Em 59% das organizações brasileiras participantes da pesquisa, o CIO é o principal responsável pela segurança cibernética. No entanto, para melhorar a segurança contra ameaças cibernéticas em todas as organizações, os CIOs estão combinando medidas para fortalecer os ativos de processamento de informações com esforços para influenciar pessoas que usam a tecnologia.

“No ano passado, eu disse que CIOs precisavam começar a escalar seus negócios digitais. Eles estão seguindo a fórmula do Gartner”, diz Mello. “Este ano, os executivos de TI precisam dar um passo adiante e colocar seus novos negócios digitais em uma base estável e segura. O sucesso na terceira Era da TI corporativa depende de estratégia sólida, que combine tecnologias novas e disruptivas com um rebalanceamento dos investimentos existentes.”