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Real Arco

 

A Lição Inacabada...

Parabéns, você é um Mestre Maçom. Em sua caminhada simbólica, você sentiu a alegria do Aprendiz que foi aceito e viu a Luz. Sentiu também a impaciência natural do Companheiro, ansioso por alcançar a plenitude maçônica. E é perfeitamente natural que imaginasse chegar a Mestre numa apoteose gloriosa. Ao contrário, encontrou a dor e o manto sombrio do luto. Com aquele choque inesperado, ficou indelevelmente gravado, em seu coração, o Ensinamento Maior, aquele que prepara todo Maçom para o encontro com o Supremo Criador. Você é Mestre Maçom. Finalmente.

Mas o arquiteto está morto, vítima da inveja e da cobiça. A missão está incompleta, porque o Templo está inacabado. E a Palavra, que só podia ser transmitida por três, está perdida.

Você é um Mestre Maçom, é verdade. Mas ainda que você seja um Mestre antigo ou mesmo um Mestre Instalado, não teve como saber como nem quando o Rei Salomão cumpriu sua promessa, elevando a Mestres os Obreiros do Templo. Sabe, pelo Livro das Sagradas Escrituras, e o Templo foi terminado e consagrado, mas também não sabe como nem quando. e, finalmente, esta de posse apenas dos Segredos Substituídos de Mestre Maçom, porque a Verdadeira Palavra se perdeu.

Você é um Mestre Maçom. Mas ficou em você, como em qualquer Mestre inteligente e sensível aos ensinamentos, uma sensação inequívoca de que a história não se completou, de que deve haver, tem que haver algo além.

Realmente, há. Chama-se...

Real Arco O que é Seja qual for seu Rito de Origem, o Maçom que chega ao Grau de Mestre pode ascender aos Altos Graus por duas escadas para completar sua educação: a escada do Rito Escocês Antigo e Aceito ou a escada do Rito de York.

Os Altos Graus do R.E.A.A., amplamente conhecidos no Brasil, vão do 4°,Mestre Secreto, ao 33°, Grande Inspetor Geral.

Os Altos Graus do Rito de York dividem-se em três etapas.

Na primeira, Maçonaria Capitular, estão os Graus ministrados nos Capítulos do Real Arco.

Na segunda, Maçonaria Críptica, estão os Graus ministrados nos Conselhos Crípticos.

E na terceira, estão os Graus das Ordens de Cavalaria.

Nos Estados Unidos, usualmente os Maçons de destaque fizeram questão de ascender a pirâmide do conhecimento pêlos dois lados. O Past Grande Sumo Sacerdote William Schoene f r., tão representativo e tão querido por nós, também é Grau 33° no Rito Escocês Antigo e Aceito. Sua biografia Maçônica demonstra essa representatividade.

Os Graus da Maçonaria Capitular Americana Os Graus no Rito de York não são conhecidos por números, mas por nome.

São cerimônias que têm sido praticadas por mais de duzentos anos, de grande beleza, significado moral e fortemente evocativas da mais pura Tradição Maçônica. Ao ser adiantado ao Grau de Mestre de Marca, você estará resgatando algumas das tradições operativas mais singelas e tocantes dos pedreiros livres na Idade Média, recebendo sua Marca, uma identificação que carregará consigo por toda a vida, exatamente como faziam nossos antepassados que construíram as magníficas catedrais góticas. Induzido na Cadeira do Oriente, ao receber o Grau de Past Master, você estará recebendo um privilégio reservado no passado somente a Mestres Eleitos ou Instalados.

Este Grau, embora breve, foi a fonte de inspiração de uma cerimônia hoje estendida a praticamente todos os Ritos, a de Instalação. Ao ser recebido e reconhecido Mui Excelente Mestre, você terá uma experiência emocionante, de grande nobreza e carga emocional. De todos os Graus Maçônicos de qualquer Rito, este é o único que revive o momento do término e da dedicação do Templo de Salomão. Ao ser exaltado Maçom do Real Arco, você terá, finalmente, plena consciência do que significa ser Mestre Maçom, ao ver concluída a Lenda de Hiram , em magnífico porém humilde esplendor.

O Real Arco traz, a Maçons de todos os Ritos, uma nova compreensão do Simbolismo. Leva-nos a pensar, a comparar e a entender. Eleva-nos, cada um de nós, a uma dimensão inteiramente nova. Entendendo as origens Mas de onde surgiu tudo isso? Certamente não do dia para a noite.As tradições são como o vinho: melhoram com o tempo. O Real Arco é uma tradição que remonta a tempos em que o Brasil nem existia como nação. O histórico que se segue é uma tentativa de explicar, de forma sucinta, o que chegou até nós intacto, mantido que foi, zelosamente, pêlos Irmãos e Companheiros que nos precederam nos milhares de Capítulos de todo o mundo. E um lembrete do dever que temos de assim manter para as futuras gerações. Pedimos, mesmo aqueles que não gostem de história (que pena!...j, a paciência para uma breve viagem ao passado. Porque só pelo conhecimento desse passado é possível entender o imenso apreço que temos do presente, o orgulho de pertencer ao Real Arco.

A Era da Informação Estamos vivendo uma revolução silenciosa no estudo da história Maçônica A explosão das comunicações abriu novas e fascinantes possibilidades de pesquisar. Não apenas por descobrir novas fontes, mas, principalmente, por permitir que novas cabeças, com idéias frescas e livres de noções preconcebidas, chegassem a outras conclusões que não as ortodoxas e, principalmente, conseguissem estabelecer associações originais entre fatos antes aparentemente isolados ou desconexos. Afirmativas antes tidas como besteiras, invencionices ou, simplesmente aberrações, têm aflorado sob a luz de novas investigações. Por exemplo, a conexão entre a Ordem dos Templários e a Maçonaria Isso nos leva considerar alternativas ou a repensar o que tínhamos por verdade estabelecida. Hoje, por exemplo, tudo leva a crer que a influência da Escócia na Franco-Maçonaria não é apenas uni modismo francês, como defendem as teorias mais respeitáveis atualmente em voga. Debaixo das cinzas, há fogo. Para entender a grande divisão da Maçonaria em Graus Simbólicos e Altos Graus, é preciso compreender o que ocorria nas Ilhas Britânicas e na França, nos séculos XVII e XVIII. A Inglaterra e seu vizinho do Norte, a Escócia, tinham uma convivência turbulenta para dizer o mínimo. A Escócia, desde há muito, era aliada tradicional da França, por sua vez inimiga tradicional da Inglaterra.

O cenário político Em 1603, Elizabeth I, Rainha da Inglaterra, indicou o filho de sua grande rival, Mary Stuart, rainha da Escócia, como seu sucessor. James I, que era Rei da Escócia como f ames VI, passa a governar também a Inglaterra e a Irlanda, dando início à dinastia dos Stuarts. Foi sucedido por seu filho, Charles I. Embora Inglaterra e Escócia fossem protestantes. Charles casou-se com uma princesa francesa e católica, Henrietta Maria. Influenciado pelo poder real absoluto na França, tentou impor um governo sem Parlamento. Acabou por levar seus súditos a uma série de conflitos fratricidas (1639-1660). Perdeu a luta e foi executado em 1649. Sua Rainha e seu filho, o Príncipe Charles, exilaram-se na França, en- quanto a Inglaterra tornava-se uma república, dirigida com mão de ferro por Oliver Cromwell. Muitas foram as tentativas de reconduzir os Stuarts ao trono britânico no período de Cromwell, mas todas fracassaram.

Em 1660, cansado da intolerância religiosa e da ditadura republicana puritana, o povo traz a monarquia de volta à Inglaterra. O Príncipe exilado assume o trono como Charles II e tenta reconciliar diferenças políticas e religiosas. Esse é justamente o período em que emerge das sombras a Franco-Maçonaria. Entretanto, Charles, apesar dos muitos filhos naturais, morre sem deixar um herdeiro ao trono. Foi sucedido por seu irmão, James II, que não tinha o seu tato. James convertera-se ao catolicismo. Embora desagradando ingleses e escoceses, essa conversão não teria maiores conseqüências se, em 1688, não tivesse nascido um filho homem, James Edward Stewart. Um acontecimento na França veio reacender entre os ingleses a antipatia pelo catolicismo. Quase cem anos antes, em 1598, o Rei Henri IV havia posto fim às terríveis lutas político-religiosas entre católicos e protestantes, que enlutaram a França do século XVI. ao promulgar o Edito de Nantes, Henri garantia liberdades civis e de culto aos protestantes. Mas, em 1685, Louis XIV, o Rei Sol, figura máxima do absolutismo, revogou o Edito de Nautas. A liberdade religiosa chegava ao fim na França católica, onde também já não mais existia liberdade política. Ingleses e escoceses, fartos de lutas religiosas, passaram a considerar inaceitável uma sucessão católica ao trono britânico, uma ameaça real às suas próprias liberdades. O trono foi então oferecido à filha de James II, Mary, casada com William, chefe de estado da Holanda. James foi praticamente deposto e exilou-se na França. Infelizmente, William e Mary faleceram sem deixar herdeiros. A irmã de Mary, a Rainha Anne, que a sucedeu, também não deixou herdeiros.

O trono foi então oferecido a um Príncipe alemão, bisneto de James I, que iniciou a dinastia de Hanoverno trono britânico, sob o nome de George I. Mas os Stuarts tinham muitos partidários dos dois lados do canal. Até a derrota final dos stuartistas ou jacobitas (defacobus, forma latina de James), na batalha de Culloden, em 1745, o movimento de restauração da dinastia Stuart ameaçou seriamente a estabilidade da dinastia Hanover A Maioria dos Maçons ignora, mas é nessa rivalidade entre as duas dinastias rivais, Hanover e Stuart, que serão desenhados os Graus Simbólicos e os Altos Graus Maçônicos.

O Cenário Maçônico Londres, após o grande incêndio de 1666, teve que ser reconstruída. Mas de alvenaria, não mais de madeira e estuque. A grande demanda de pedreiros fez crescer o status e despertou o interesse do público em geral pelo ofício. Ao mesmo tempo, o clima de distensão, abertura e tolerância atraiu imigração seleta, grandes inteligências, in- capazes de aceitar a opressão, como os huguenotes franceses. E permitiu que fossem criadas agremiações onde podiam reunir-se as cabeças pensantes, muitas delas envolvidas no processo londrino de reconstrução geral. Talvez somente na Inglaterra daquela época seria tolerado que um grupo se reunisse a portas fechadas. Em qualquer outro lugar, isso despertaria suspeitas das autoridades. A Royal Society, os clubes, as sociedades e a Franco-Maçonaria afloraram justamente nessa época Nada mais natural que os Maçons de então fossem dedicados à dinastia Stuart. Como vimos, os Stuarts foram afastados do trono em 1688. Bons monarcas ou não, o fato é que else ganharam uma aura romântica no exílio. Em contrapartida, o novo Rei britânico, George I, era insípido, grosseiro e impopular. Jamais falou inglês. Seus descendentes foram insípidos e impopulares, quando não escandalosos. Bem, dirá você, mas o que tem isso tudo a ver com a Maçonaria? Aqui é preciso levar um fator muito importante em consideração. Nestes tempos de comunicação fácil, não avaliamos o papel das Lojas como centros de irradiação de ideias. Mas as autoridades da época sabiam muito bem. As Lojas e os Maçons, com seus juramentos e segredos, pareciam uma ameaça potencial intolerável. Como aceitar uma sociedade secreta, sabidamente composta por partidários do Cfficien regime e dispostos a reconduzir ao trono a dinastia Stuart?

Vamos acabar com essa subversão! Muitos historiadores acham que a própria fundação da Primeira Grande Loja teria sido uma estratégia para trazer a Franco-Maçonaria à esfera da nova dinastia alemã. Mas, mesmo que não tenha sido este o motivo, que a coisa estava fervilhando nas Lojas, não há dúvida alguma. A ata inicial da Primeira Grande Loja, datada de 1723, demonstra nitidamente a tensão existente entre as duas facções na Primeira Grande Loja! E se quisermos pesquisar, há outros indícios, como a criação do Terceiro Grau ou as Constituições de Anderson. O primeiro Livro das Constituições, de 1723, era indubitavelmente cristão. Já o segundo, de 1738, tinha trazido a Maçonaria para uma visão muito mais ecumênica. Decididamente, por influência dos humanistas da Royal Society e por necessidade política, a Maçonaria dos Graus Simbólicos, controlada pela Primeira Grande Loja, mudara consideravel mente. A religião, em cujo nome se praticou muitas atrocidades e se exerceu muita opressão, não mais seria um foco de intolerância. Mas o mundo gira. A Maçonaria, fora da influência da corte inglesa, ganhara ou, quem sabe, revivera outros princípios. Isso pode ter acontecido na França, onde estavam os monarcas britânicos exilados, ou na Escócia, de forte influência Templária. Ou, quem sabe, em ambos os lugares estão envolvidos na sua génese. Pouco importa. O fato é que, em poucos anos, lá por 1740, osAltos Graus assumiram uma preeminência avassaladora. E, é claro, para a Primeira Grande Loja, esses Altos Graus, temperados com uma boa dose do romantismo Stuartista, decididamente cheiravam a subversão!

Mais lenha na fogueira Em 1730, Samuel Prichard publicou sua Maçonaria Dissecada, espalhando aos quatro ventos os supostos segredos maçónicos, o que levou a Primeira Grande Loja a alterar os rituais, desagradando os puristas - é claro que os puristas já existiam, naquela época! Em 1751, Maçons irlandeses solicitaram ingresso na Primeira Grande Loja e foram solenemente esnobados. A Grande Loja se eletrizara e não estava interessada em pés-rapados. Estes resolveram fazer sua própria Grande Loja. E dream a sorte de ter um Grande Secretário, Laurence Dermott, que era terrivelmente indigesto. Ele passou à ofensiva aberta contra a Primeira Grande Loja, apelidando seus afiliados de "moderninhos", pejorativamente, acusando-os de terem alterado os rituais e por não praticarem a verdadeira Maçonaria de York. Sim, de York, por causa da tradição implícita nas Antigas Obrigações (Oíd Charges). Já else, os irlandeses e ingleses descontentes, consideravam-se Antigos (Antients, com t, à latina!), os fiéis depositários das verdadeiras tradições. Como não davam a mínima para os tabus da Primeira Grande Loja e reconhecendo a atração potencial dos altos Graus, adotaram o mais notável deles, o Real Arco, considerando-o um complemento indispensável à educação do Mestre Maçom, "o cerne, a raiz, o coração da Franco-Maçonaria". E o Real Arco foi um diferencial tão importante que a Grande Loja dos Antigos passou a ser conhecida como a Grande Loja dos Quatro Graus. E tão popular que começou a ser procurada por muitos Maçons filiados à Grande Loja dos Modernos... E assim, aos trancos e barrancos, conviveram as duas Grande Lojas.Só que a dos Antigos, mais aguerrida e menos esnobe, estreitou suas relações com as Grandes Lojas da Irlanda (criada em 1723) e da Escócia (criada em 1736), basicamente pela afinidade da prática ritualística.

A Primeira Grande Loja continuou em seu esplêndido isolamento.

A Maçonaria no Novo Mundo Mas, nesse meio tempo, a Maçonaria fincou pé do outro lado do Atlântico,levada principalmente pelas Lojas Militares, um fenômeno criado na Grande Loja da Irlanda, mas logo adotado pelas demais. Assim, no territó- rio americano, as Lojas Maçônicas receberam suas Cartas Constitutivas de quatro Obediências: Grande Loja da Irlanda. Grande Loja da Escócia, Grande Loja dos Antigos e Grande Loja dos Modernos. Na agitação da época da independência americana, os Maçons da Grande Loja dos Modernos tendiam para o lado inglês, enquanto, gradativamente, os das outras jurisdições identificavam-se mais e mais com os colonos. Quando foram criados os Estados Unidos como nação independente, as Grandes Lojas Provinciais britânicas tornaram-se Grandes Lojas Estaduais americanas, absorvendo as Lojas de todas as origens. Com a independência, a Maçonaria americana ganhou vida própria, onde a visão dos Antigos naturalmente prevaleceu, já que os Modernos perderam o prestígio, por razões óbvias... Foi assim que o venerável nome York entrou com toda a força para a Maçonaria americana - e o Real Arco manteve sua transcendental importância. E não podemos esquecer que, apesar de numerosas referências ao Real Arco na Irlanda e na Inglaterra, o primeiro registro que se tem da colação do Grau de Maçom do Real Arco aconteceu na América, na Loja Fredericksburg, Virgínia, na noite de 22 de dezembro de 1753. Em 1758, já existia um Capitulo em Filadélfia.

Em 1797, um ritualista americano,Thomas Smith Webb, baseou-se nas famosas Ilustrações da Maçonaria (IIIustrations ofMasonry), de William Prestou, e organizou e seu The Freeinason's Monitor, base da liturgia e da organização da Maçonaria nos Estados Unidos. Webb ainda fez mais: conseguiu que representantes de diversos Capítulos do Real Arco se reunissem em Boston, em 24 de outubro de 1797.

Essa Convenção é considerada hoje como o ponto de partida para o Grande Capítulo Geral. Os primeiros Grandes Capítulos estaduais americanos da tam, também, de 1797. A partir de 1799, o corpo formado pêlos diversos Capítulos passou a ser reconhecido como The General Grana Chapter of Royal Arch Masons, acrescentando Internacional a partir de 1954. O primeiro Grande Sumo Sacerdote Geral, Ephraim Kírby, foi eleito em 24 de janeiro de 1798.

A turma do deixa disso Mas voltemos à Inglaterra. A causa dos Stuarts estava morta. Embora de crescesse a oposição ao Real Arco, os Altos Graus ainda eram tabu. As duas Grandes Lojas ainda se hostilizavam, mesmo depois da extinção da causal Jacobita. Cessou a causa, mas não os seus efeitos. Enquanto isso, o Arco Real exercia tal fascínio que os Antigos resolveram estendê-lo não apenas aos Mestres Eleitos ou Instalados, mas a todos os Mestres, com a criação do Grau de Past Master Virtual. Ainda que abominado pela Grande Loja dos Modernos, tornou-se cada vez mais popular, mesmo ; entre os Maçons a ela jurisdicionados. Tão grande foi esse interesse que, paradoxalmente, foi na Grande Loja dos Modernos que surgiu um Grande Capítulo do Real Arco, como entidade separada da Primeira Grande Loja, em 1766!A situação incómoda de duas Grandes Lojas rivais, ambas dirigidas nominalmente por nobres, tinha que ser acomodada. Boa palavra, acomodada. Pois foi a acomodação que norteou todos os entendimentos para a União. Só que levou a Arco Real inglês a uma situação bem diferente da prática americana, mais tradicional. Com um Príncipe de sangue real como Grão-Mestre tanto na Grande Loja dos Modernos como na dos Antigos, finalmente foram dados os passos finais para acabar com a contenda de sessenta anos. Uma comissão de notáveis examinou os rituais dos Antigos e Modernos, reescrevendo, cortando, emendando e criando um novo ritual, aceitável para ambos os lados. Prevaleceu em muito a forma de trabalhar dos Antigos. Ate ai, tudo bem. Mas como resolver o problema do Quarto Grau, quando os Modernos só admitiam três? Matar o Real Arco não daria, porque o protesto seria geral.

A União de 1813 A saída que se arranjou pode ter sido honrosa, mas é complicada: trés Grous que são quatro ou quatro Graus que são três... Diz o Segundo Artigo da União das Grandes Lojas de Antigos e Modernos, de 1813 - "está declarado e pronunciado que a pura Maçonaria Antiga consiste de três graus e nenhum mais, isto é, os de Aprendiz Registrado, Companheiro de Ofício e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Sagrado Arco Real. Porém, este artigo não visa impedir qualquer Loja ou Capítulo de reunir-se em qualquer dos Graus das Ordens de Cavalaria, de acordo com as Constituições das citadas Ordens ". Em que pese a segunda frase do Artigo, na prática a Grande Loja Unida da Inglaterra ainda hesitava em aceitar os Altos Graus. Tanto que manteve o mais popular deles na Inglaterra sob seu controle direto, A ilustração ao lado é adaptada da famosa criação do irmão Everett Henry e publicada na revista Life na década de 50, nas edições em inglês e em espanhol. A Life, na época, era uma das revistas de maior prestígio nos Estados Unidos. como complemento da educação do Mestre Maçom. Nada mau. Arco Real é verdadeiramente essa complementação. O problema é que ele foi condensado num único Grau, lateral ao Grau de Mestre. Naturalmente, muita coisa interessante ficou de fora. Por isso, hoje, os Maçons jurisdicionados à Grande Loja Unida da Inglaterra (United Grande Lodge ofEngland) e às Obediências ligadas a ela têm um Arco Real diferente, embora haja uma tendência natural para separar o Arco Real dos Graus Simbólicos. Comparado ao sistema americano, o sistema inglês não é seqüencial. Temos um exemplo do Grau de Marca, que já tinha feito parte do segundo Grau Simbólico. Cronologicamente, ele é anterior ao Arco Real. Só que, no sistema inglês, ele é conferido depois, só para quem já tenha recebido o Grau de Maçom do Arco Real. E é conferido por uma Grande Loja de Marca, que é Capitular! Os problemas na intervisitaçâo são resolvidos com bom senso. Os Companheiros ingleses que tenham o Grau de Maçom do Arco Real somente podem visitar um Capítulo americano se este estiver trabalhando neste Grau. Para assistir a qualquer dos outros, terá de ser iniciado. Aquele que tenha também o Grau de Marca inglês, pode ser recebido também no Grau de Mestre de Marca, o primeiro dos Graus Capitulares do Rito de York americano, ao qual ele corresponde. O Real Arco hoje é, assim, praticado em duas versões: americana e inglesa. O Real Arco americano chegou à sua forma atual em 1797, simultaneamente com os Graus Simbólicos, antes, portanto, da versão inglesa moderna posterior à União de Modernos e Antigos A primeira exibição do novo ritual simbólico inglês aconteceu em 23 de agosto de 1815. A primeira Loja de Instrução, The Lodge of Stability, funcionou a partir de 1817. E o Arco Real inglês ganhou um ritual impresso em 1834. A hesitação da Grande Loja Unida da Inglaterra quanto aos Altos Graus atingiria também o Rito Escocês Antigo e Aceito. O Supremo Conselho inglês surgiria somente em 1845, também diferente da maioria dos Supremos Conselhos. Os graus do 4° ao 17° e do 19" ao 29° são apenas comunicados. Somente os graus 18°, 30°, 31° e 32° são efetivamente trabalhados. Não há dúvida que a Inglaterra foi o berço da Maçonaria moderna. Em se tratando de Simbolismo, ela tem feito muito para evitar as interpolações e deformações de inventores, conservando um rigor que lhe dá um status de árbitro inquestionável. Mas, em se tratando dos Altos Graus, os americanos já tinham resolvido todos os impasses bem antes de 1813. E do forma muito pragmática. Como a Maçonaria já estava estruturada nos Graus Simbólicos, não havia mais o que mexer. Assim, os Graus Capitulares, tanto do Rito de York quanto do Rito Escocês Antigo e Aceito, foram organizados numa estrutura simples e sequencial, acima dos Graus Simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre. O lado Escocês da famosa escada Maçônica vai do Grau 4 ao 33, enquanto o lado York vai de Mestre de Marca, o primeiro dos Graus do Real Arco, atéo último deles, Cavaleiro Templário. - O Real Arco americano, nos seus quatro Graus, é Maçonaria Capitular, com estrutura, liturgia e organização próprias. Forma um todo seqüencial, cronológico e harmonioso. Não está ligado às Lojas Simbólicas e nada tem a ver, administrativamente, com as Obediências, a não ser relações fraternas e respeitosas. - O Arco Real inglês é uma extensão lateral do Grau de Mestre Maçom, do qual é o complemento. Está ligado sempre a uma Loja Simbólica, ficando, portanto, sujeito à Obediência Simbólica que o abriga. Como dissemos, muitos Maçons ingleses tem expressado seu desejo de ver seu Real Arco como Maçonaria Capitular. Se conseguirão ou não, só o tempo dirá. Enquanto isso, apesar das diferenças estruturais, lembramos que tanto a essência como a origem de ambas as versões é a mesma. Muito teremos a ganhar com a visitação e o aprendizado mútuos, que esperamos ver como realidade.

O Real Arco americano no Brasil O Capítulo José Guimarães Gonçaves n° l de Maçons do Real Arco foi instalado pelo Capítulo Jerusalém em 8 de maio de 1993. Recebeu Carta Constitutiva em outubro de 1997, diretamente do General Grana Chapter of Royal Arch Masons In ternantional. Dele surgiram dois Capítulos, Thomas Smith Webb, no Rio Grande do Sul, em 1997, e Keystone, no Estado do Rio de Janeiro, em 2000.

Sendo o Real Arco americano algo inteiramente novo no Brasil, tudo teve que ser feito a partir do zero. Na parte ritualística, foi preciso nacionalizar jóias, confeccionar aventais e alfaias , traduzir e adaptar rituais e instruções, além de preparar toda a parafernália necessária à realização das cerimônias. Levou muitos anos de trabalho árduo. Na parte administrativa foi necessário organizar o calendário annual, cada evento, litúrgico ou social, incluído numa programação geral.

 

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