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A Maçonaria e a Religião

Postado Quarta-feira, 10 Janeiro, 2007 as 8:55 AM pelo Ir:. Petri

A crença em Deus é uma condição absoluta e insuperável para o ingresso na Maçonaria e converte-se numa verdade comum a todos os maçons, que consideram a Deus como o criador do Universo e da vida. Em respeito a todas as religiões, a Maçonaria estabeleceu como fórmula denominar a Deus como o Grande Arquiteto do Universo. Mesmo que acreditar em Deus pressupõe a crença numa vida futura, a Maçonaria exige subsidiariamente esta crença.

Também a Maçonaria considera indispensável a existência de um Livro da Lei, o livro que, conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada por Deus. Conforme o credo predominante na nação onde a Loja maçônica estiver localizada, este Livro poderá ser a Bíblia, o Antigo Testamento, a Torah, o Corão, etc. Todos os iniciados prestam seu juramento sobre o Livro da Lei Sagrada aberto, significando a revelação do ato que liga a consciência do iniciante. Mas a Maçonaria não propõe nenhum sistema de fé próprio e não tem como finalidade primordial prestar culto a Deus. Inclusive, mesmo sendo acessível aos homens de todas as crenças religiosas proíbe, expressamente, toda discussão religiosa-sectária em seus Templos. Pelo exposto fica claro que a Maçonaria não é uma religião. Mas a partir do século 17, o período conhecido como Operativa, cede seu passo para a Maçonaria Especulativa ou Moderna, produzindo-se um desenvolvimento espetacular em todos os países da Europa, promovendo dentre seus membros a busca da verdade, o conhecimento do homem e do meio em que vive, exaltando a virtude da tolerância e rejeitando todas as afirmações dogmáticas e fanatismo. Em 1723 é publicada a conhecida como primeira Constituição Maçônica do Reverendo anglicano, maçom, James Anderson, na Inglaterra, que faculta aos maçons de seguir a crença religiosa que lhe convenha, deixando a cada um a liberdade de suas convicções próprias desde que sejam homens probos e honestos, não importando que crença professem.

Os tempos eram outros e conforme a essa mentalidade do passado, diríamos, já superada com o desenvolvimento da razão humana, houve uma reação da Igreja Católica romana, para "defender" sua doutrina, aparentemente sendo atacada pela Maçonaria. Diversos Papas, a partir de 1738, emitiram Bulas, Encíclicas e Cânones proibindo a participação dos católicos na Maçonaria. Como explicação adicional aclaramos que uma Bula é um decreto papal e, por tanto, deve ser obedecido pelo povo católico; uma Encíclica é uma circular emitida pelo Papa para esclarecer e orientar os fieis sobre pontos da fé, doutrina e dogmas da Igreja Católica; um Cânon é um ato jurídico que tem força de decreto-lei e passa a formar parte do Código Jurídico Canônico. Durante muitos anos o relacionamento entre as duas Instituições foi muito precário. Hoje em dia, felizmente, existe um entendimento e muita boa vontade entre a Igreja Católica e a Maçonaria permitindo ver com otimismo o futuro deste relacionamento.

Em 1928 acontece uma reunião em Aquisgrán entre o padre jesuíta Hermann Grüber e os maçons Lang, Lenhoff e Reichel, que concordam na necessidade de suprimir de ambos lados, os meios não objetivos, caluniosos e ofensivos. Durante a 2ª Guerra Mundial, o Núncio Roncalli, futuro Papa João XXIII, trabalhou junto aos maçons Riandey e Marsaudon da Resistência francesa. No 2º Concílio do Vaticano houve planejamentos ecumênicos bem diferentes das posições intolerantes do passado. Em Fevereiro de 1969, o advogado Allec Mellor, pede autorização do Vaticano, que é concedida, para ser iniciado na Loja Esperança Nº 35, da Grande Loja Nacional da França em 28 de Março do mesmo ano. Desde 1974 os Cânones 2335 e 2336, os mais rigorosos em contra da Maçonaria, começam a ser questionados. Em 14 de Outubro de 1968 de um diálogo entre o Grão Mestre da Grande Loja Unida da Alemanha, Theodor Vogel, e o Cardeal de Viena, Franz Köening, surge uma comissão formada por maçons e autoridades eclesiásticas que tiveram muitas reuniões e ao término delas foi divulgada a Declaração de Lichtenau em 5 de Julho de 1970, onde pregava o fim da controvérsia e manifestando que as Bulas referentes à maçonaria somente tem valor histórico, sem sentido nos tempos atuais e tornando a Lei Canônica impossível a uma Igreja que ensina amar seus semelhantes.

Em 1984 aparece um Novo Código de Leis Canônicas, a SACRAE DISCIPLINAE LEGIS, que de 2412 artigos cai para 1728. Este novo Código expurga a excomunhão aos maçons, mas a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, através de seu Prefeito, o Cardeal Ratzinger, afirma: "os fieis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da sagrada comunhão".

Em 1992, depois de 10 anos de trabalho, foi publicado um novo Regulamento Geral da Cúria Romana, dentre os 130 artigos, subsiste a proibição de aderir a instituições e associações cujas finalidades são incompatíveis com a doutrina e a disciplina da Igreja.

Em 1993 começam em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, reuniões entre autoridades da maçonaria brasileira e do catolicismo, conforme idéia de Dom José Ivo Lorscheiter, então Secretário Geral da Confederação Nacional de Bispos Brasileiros (CNBB) e aprovada pelo Vaticano. Desde seu início, os encontros são realizados em Porto Alegre, registrados em atas e distribuídas aos participantes, para prosseguimento posterior das discussões. Estas se fazem geralmente em cima de temas sobre os quais existam possíveis "divergências doutrinárias" entre as partes. A idéia é que a Igreja e a Maçonaria devem se entender e caminhar paralelamente, podendo, inclusive, realizar atividades conjuntas naquilo em que possuam em comum, sem prejuízo algum de suas identidades.

No mesmo ensejo de colaboração estreita entre as duas Instituições, tem sido já corriqueiro dentro das Lojas maçônicas do Brasil a participação em palestras de representantes da Igreja Católica, que são recebidos com todas as honras.

Os esforços na procura singela da verdade, durante séculos, longe de sectarismos, estão conduzindo os homens livres pelos mesmos caminhos, iluminados pela luz que vem de Deus.

Para terminar, repetimos que a Maçonaria não é uma religião e não há como estabelecer diferenças doutrinárias nem filosóficas com a Igreja Católica ou qualquer outra fé. É à Maçonaria muito importante a realização de trabalhos em conjunto com as Igrejas, sempre em favor do bem comum da sociedade.

A Maçonaria esteve, está e sempre estará de braços abertos para todos aqueles desejosos em construir uma sociedade melhor.

Autor: Desconhecido.

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