Menu:

Categorias:

Arquivos:

Rito de York

Hiram Oasis

XML Feed:

Receba Nupesma (RSS)

Links:

Nupesma
Supremo G. C. Real Arco
Grande C. Criptico
York Rite
General Grand Chapter
General Grand Council
Knights Templar
Valid XHTML
Valid CSS

Fundamento da Maçonaria Moderna

Postado Terça-feira, 02 Outubro, 2007 as 7:50 PM pelo Ir:. Newton Pontes

A sabedoria é inútil a menos que possa ser posta em prática.

Quando a Maçonaria Moderna nasceu muito fraca era a luz do conhecimento em nosso meio, e quase nada conhecidas eram as leis do cultivo do pensamento e do desenvolvimento dos poderes internos, latentes em todo indivíduo. Tremendas foram, pois, as dificuldades encontradas, tanto mentais como materiais, e que felizmente foram superadas pelos paladinos de nossos ideais.

Antes do ano de 1717, a Ordem Maçônica era uma verdadeira sociedade secreta; não apenas uma organização com signos e apertos de mãos secretos, mas uma sociedade muito difundida cuja própria existência era secreta.

Quatro Lojas de Maçons se reuniram na Taverna da Macieira em Covent Garden , em Londres, em 1717, e declararam que iriam se coligar e formar uma associação oficial chamada ?Grande Loja?. A notícia em si não era impressionante para o povo de Londres, cuja primeira impressão, deve ter sido de que quatro clubes de almoço estavam se unindo para comer e beber juntos uma vez por ano. Essa impressão teria sido justificada pelo fato de que esses ?Maçons? regavam seus encontros na ?Loja? com comidas, bebidas e tabaco na Taverna da Macieira, na Cervejaria da Coroa, perto de Drury Lane , no Ganso e Grelha, ao lado da igreja de São Paulo , na Taverna Taça e Uvas, em Westminster . O grupo tomou então São João Batista como um de seus santos padroeiros e, no dia de São João Batista, 24 de junho de 1717, a Grande Loja foi oficialmente instituída, com a eleição de um Grão-mestre e outros oficiais.

Pouco a pouco, outras Lojas Maçônicas, a maioria nas áreas em torno de Londres , revelaram-se e pediram para se unir à nova Grande Loja. O ano de 1737 viu o primeiro encontro formal da nova Grande Loja da Escócia.

Naquele mesmo ano, também houve o início de uma explosão da Maçonaria na França. Foi o que deu início à proliferação de novas ordens maçônicas e estimulou a criação de novas lendas e fantasias que confundem qualquer tentativa séria de compreender a Maçonaria moderna, mesmo nos Estados Unidos.

Novos graus e ritos maçônicos explodiram na França. Esses novos ritos foram exportados para outros países que, por sua vez, acrescentaram adornos próprios.

Um sistema francês que nasceu do discurso de Ramsay (Andrew Michael Ramsay nasceu em Ayr, na Escócia, por volta de 1681 e foi educado na Universidade de Edimburgo) ? que ganhou um papel ativo na Maçonaria francesa.

Ramsey proclamou uma origem inteiramente nova para a Maçonaria não em pedreiros medievais, mas em reis, príncipes, barões e cavaleiros das Cruzadas. Não tinha nenhum traço de documentação e nem base razoável para sustentar sua alegação, mas acreditaram nele. Afinal, ele era tutor da realeza, membro da Sociedade Real, Cavaleiro da Ordem de S. Lázaro e Grande Chanceler da Grande Loja Maçônica de Paris. O Discurso de Ramsay, como se tornou conhecido foi lido pela primeira vez na Loja Maçônica de São Tomás em Paris , a 21 de março de 1737.

Em 1738, um ano após o discurso de Ramsay, o papa Clemente XII publicou a bula In Eminenti Apostolatus Specula, a primeira de uma longa série de bulas e encíclicas papais contra a Maçonaria, que trouxe uma nova área de interesse e prevenção para a Santa Inquisição Romana. Os Maçons nos países católicos foram aprisionados, deportados ou mesmo torturados.

A Maçonaria percebeu que era preciso encontrar novos objetivos. O primeiro deles foi a caridade maçônica, iniciando-se com os Irmãos necessitados e gradativamente estendendo-se às viúvas e filhos dos Irmãos Maçons, até a atual inclusão de beneficiários não-maçônicos.

Outro objetivo assentado na Maçonaria para afastá-la de sua postura de clube de almoço foi o conceito de constante auto-aperfeiçoamento por meio da prática do comportamento moral, como ensinado na Loja. As lições eram ensinadas utilizando-se o simbolismo das ferramentas do ofício de pedreiro; expressões maçônicas como ?no esquadro? tornaram-se parte da linguagem comum. Esses símbolos de moralidade não eram partes da Maçonaria antes de ela vir a público em 1717, mas rapidamente a dominaram.

O apogeu foi atingido no símbolo da ?pedra de cantaria?, a pedra de construção. O Maçom recentemente aceito representava a ?pedra bruta? recém-extraída e tinha de usar as ferramentas simbólicas da moralidade para cortar, dar forma e polir a si mesmo para se tornar uma ?pedra de cantaria perfeita?, pronta para tomar seu lugar na construção do Templo de Deus, pois o princípio mais importante da Maçonaria era e ainda é a crença assumida em um Ser Supremo.

Esses dois novos elementos maçônicos a caridade e a moralidade, constantemente reafirmados e monitorados, tiraram a Maçonaria britânica das tavernas e a levaram a salas e edifícios construídos especialmente para isso, o que, por sua vez, deu à Ordem uma postura quase religiosa. Os Maçons negam com veemência que a Maçonaria seja uma religião, e realmente não é, mas o principal requisito para a associação é de natureza religiosa. O candidato, como já dissemos, deve afirmar sua crença em um Ser Supremo monoteístico e precisa também acreditar na ressurreição e na imortalidade da alma. A forma como o Maçom individual percebe e adora o Ser Supremo no qual acredita só diz respeito a ele, assim como a maneira pela qual ele espera atingir a imortalidade, e nenhum Maçom tem a permissão de tentar dissiuadi-lo dessas crenças. Para reforçar essa regra, a discussão das crenças religiosas é proibida na Loja Maçônica.

Nessa base, a Maçonaria recebeu judeus, muçulmanos e outros, e todos fazem os juramentos sobre seus livros sagrados.

Não se deve pensar que o requisito maçônico básico de crença em um Ser Supremo é de alguma forma uma regra superficial da Ordem. Quando a Maçonaria francesa anunciou em 1847 que a crença em Deus não seria um requisito para a associação e que ateus seriam bem-vindos em suas Lojas , eles foram imediatamente renegados pelas Maçonarias britânica e americana e todos os laços formais foram sumariamente cortados.

Uma análise básica da atitude maçônica para com a religião é que, longe de ser uma religião em si, é o ensinamento que capacita homens de diferentes crenças religiosas a se reunirem e permanecerem juntos em uma sociedade fraternal.

Na composição da Maçonaria muitas diferentes tradições e linhas de ensinamento se misturaram no decorrer das gerações; é possível que um Maçom exponha uma linha de interpretações, e outro tenha uma visão um pouco diferente. E, é possível que ambos estejam certos e tudo tenha acontecido pelo fato que um tenha concentrado num aspecto e o outro num segundo aspecto, sendo ambos verdadeiros.

No entanto, ao estudar o significado e a origem de todos os costumes, práticas ritualísticas e símbolos, o que não pode um Maçom articulista, é esquecer sua verdadeira origem e significado, passando a ?inventar? novas e ingênuas explicações.

A Maçonaria não emprega palavras para transmitir as mais profundas verdades espirituais, ela utiliza símbolos. Porém o estudo dos símbolos, sem a aplicação prática na vida, não passará de um mero exercício intelectual, e se não tentarmos entendê-los sem vivenciá-los, o resultado será mais problemas do que proveitos. Contudo, esta sabedoria e as grandes verdades da vida estão encerradas dentro de nós e o que precisamos é despertá-las. Em cada homem essas verdades estão ocultas sem seu coração.

Aceitamos a controvérsia, sabendo que muitos querem seriamente esclarecer-se e levantam objeções de boa-fé e com conhecimento de causa. A Maçonaria ainda não resolveu todos os seus segredos, por maiores que sejam as maravilhas que nos tenha desvendado. Qual a ciência que não tem ainda fatos misteriosos e inexplicados? Confessamos, pois, sem nos envergonharmos, nossa insuficiência sobre todos os pontos que ainda não nos é possível explicar. Assim, longe de repetir as objeções e os questionamentos, nós os solicitamos, contanto que não sejam ociosos, nem nos façam perder tempo com futilidade, pois que representam um meio de nos esclarecermos.

É a isso que chamamos polêmica útil, e o será sempre quando ocorrer entre pessoas sérias que se respeitam bastante para não se afastarem das conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem, por isso, deixar de nos estimarmos. Afinal de contas, o que buscamos todos nessa palpitante e fecunda questão da Nobre Arte? O nosso esclarecimento. Antes de tudo buscamos a luz, venha de onde vier; e, se externarmos a nossa maneira de ver, trata-se apenas da nossa maneira de ver, e não de uma opinião pessoal que pretendemos impor aos outros; entregamo-la à discussão, estando prontos para renunciá-la se demonstrarem que laboramos em erro. Esta polêmica nós a sustentamos todos os dias.

É grato pertencermos a uma Ordem que visa disseminar entre os povos algo da luz que ilumina o mundo. Cabe-nos empreender a missão de disseminar algo das leis do pensamento iluminador, aos Irmãos sedentos de luz e entendimento, qualquer que seja a sua categoria.

Também hoje a Maçonaria não é mais aquela nebulosa primitiva, mas um sistema ou conjunto de Ritos e Obediências, cada qual a desempenhar sua tarefa adequada ao seu meio, porém alicerçada nos Landmarques (princípios fundamentais da Maçonaria) e nos sadios princípios preconizados pelo lema luminoso de nossa Ordem: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esses terão que continuar a clarear a sua rota no futuro, pois que é de seu triunfo total que depende a felicidade de todos os Maçons e de todos os povos. São as notas que cada qual deve vibrar em seu convívio com a natureza e com o seu próximo, sem o que não poderá concorrer para o estabelecimento da real felicidade humana.

É possível que hajam surgido erros da forja de nossas atividades coletivas ou individuais, pois errare humanus est e só não erram os apáticos e inativos. Mas é inegável que maior, muito maior, tem sido a soma de benefícios que semeamos durante o longo curso de nossas atividades, e grandes são as possibilidades de realizarmos maiores benefícios no futuro, se a tanto nos ajudarem a boa vontade dos homens. Hoje a Maçonaria se acha, mercê do Grande Arquiteto do Universo, muito mais infiltrada nas classes pensantes, e ninguém mais se peja de se declarar maçom; ao contrário, tal credencial constitui uma recomendação do indivíduo, quando sincero em suas realizações e conduta. E a tendência é para uma expansão cada vez mais ampla da Ordem.

Se no presente a situação nos é mais favorável; se não deparamos com tantas e tão terríveis dificuldades que envolveram os pioneiros da primeira hora, talvez maiores sejam as nossas responsabilidades atuais, justamente porque as condições nos favorecem um trabalho mais ativo e eficiente em benefício da coletividade. Precisamos ampliar mais os conhecimentos e as nossas realizações. É mister difundirmos mais e mais livros, mais e mais centros de irradiação de pensamentos e cultura, mais e mais dos sadios princípios preconizados pela filosofia maçônica.

Por mais útil que a Maçonaria possa ter sido para seus membros no passado, porém, o maior problema para a Ordem hoje é: para onde ela vai agora? A concentração na moralidade do indivíduo e na caridade em grupo não interrompeu a erosão do recrutamento, pois os jovens freqüentemente, não seguem seus pais e avôs no ofício. Talvez um dos problemas seja que, em uma sociedade cada vez mais permissiva e materialista, os conceitos de moralidade, dignidade e honra pessoal podem parecer antiquados. Se for assim, é necessário iniciar um programa para trazê-los de volta, não como conceitos, mas como maneiras reais de comportamento. Se a Maçonaria pudesse ajudar a cumprir isso, seria para nós um grande favor, uma vez que estamos presos em uma sociedade na qual o ganho monetário substancial parece modificar o estigma social e moral de crime. O homem que rouba um litro de leite é um ladrão, um escroque e um proscrito. O homem que rouba 20 milhões não deixa de ter convites para festas, jantares para em palestras prever o futuro da economia mundial e, após a palestra, a audiência ? composta na maior parte de banqueiros, economistas e homens de negócios ? fez perguntas, em uma atmosfera de respeito atento. Escreve livros após um adiantamento substancial de seu editor e seu agente promove noite de autógrafos, aparecimento em programas de entrevistas na televisão. Em tal clima qualquer esforço para o ressurgimento da moralidade pessoal seria muito bem-vindo.

Para o mundo inteiro, seria muito mais importante se a Maçonaria divulgasse publicamente suas Antigas Obrigações sobre laços de irmandade entre homens de todas as fés religiosas, assim como exortações a seus membros para que cada um dê seu tempo, seu apoio e sua própria fé.

O mundo profano pouco conhece da Maçonaria, enquanto instituição, porque os maçons não a divulgam adequadamente.

Valdemar Sansão - M.?.M.?. - vsansao@uol.com.br

Categoria Artigos (RSS)